terça-feira, 4 de outubro de 2011

Greve dos Correios atrasa entrega de 136 milhões de correspondências

Com greve, Correios fizeram novo mutirão no fim de semana.

TST faz audiência de conciliação entre empresa e grevistas nesta terça.


Com 20% dos 110 mil trabalhadores em greve, os Correios organizaram mais um mutirão no último fim de semana e distribuíram 13 milhões de cartas e encomendas no país. Outros 22 milhões de objetos postais passaram pela triagem e foram preparados para a entrega.

Apesar do mutirão, há 136 milhões de correspondências em atraso, de acordo com a ECT, o equivalente a cerca de 35% da carga total.
Desde que a greve começou, no dia 14 de setembro, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) organiza nos fins de semana mutirões com empregados das áreas operacional e administrativa para acelerar a entrega do material acumulado.
Os Correios oferecem aumento linear de R$ 80 a todos os empregados, reajuste salarial e dos benefícios em 6,87% e abono de R$ 500, proposta rejeitada pelos trabalhadores.
Por não conseguirem chegar a um acordo, a ECT levou o caso ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), e, nesta terça-feira, representantes dos grevistas e da direção dos Correios terão uma audiência de conciliação marcada para as 13h.
Os Correios buscarão a conciliação com os grevistas por meio do Tribunal Superior do Trabalho (TST), divulgou nesta sexta-feira (30) a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Os funcionários estão em greve desde o dia 14 de setembro.
De acordo com nota dos Correios, no TST, ambas as partes terão, novamente, mais uma oportunidade de finalizar um acordo, em audiência de conciliação, com a mediação judicial. O pedido feito pelos Correios tentam por fim à greve. A estatal quer ainda que a paralisação seja considerada pela Justiça como “abusiva”.
O processo está no gabinete da vice-presidente do TST, ministra Cristina Peduzzi. Está marcada para a próxima terça-feira (4) uma reunião de conciliação entre a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) e a direção dos Correios.
No pedido feito ao TST, os Correios argumentam que a paralisação é um “movimento atentatório à ordem pública” e tegria com “nítido conteúdo político-ideológico”.A estatal pede ao TST que, se a greve for suspensa, seja estabelecida uma multa de R$ 100 mil por dia no caso de descumprimento. Se a Justiça decidir manter a paralisação, os Correios pedem que o Tribunal obrigue os sindicatos da categoria a garantir o percentual de 70% de empregados trabalhando em cada uma das unidades operacionais da empresa, como agências postais, terminais de cargas e garagens e centros de triaem. O percentual mínimo de trabalhadores em atividade nos momentos de greve é estabelecido por lei.
Nesta quinta-feira (29), os Correios apresentaram uma proposta para por fim à paralisação que incluía desconto de um dia de greve por mês, aumento linear de R$ 80 (a partir de janeiro de 2012), reajuste salarial de 6,87% e abono de R$ 500. A proposta foi rejeitada pela categoria.
“Os Correios, depois de esgotar todas as tentativas diretas de acordo com a representação dos trabalhadores, não encontraram outra alternativa a não ser propor a conciliação junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST)”, diz nota dos Correios.

O diretor da Federação dos Trabalhadores dos Correios (Fentec), José Gonçalves de Almeida afirmou que os trabalhadores ainda não foram notificados oficialmente sobre a decisão dos Correios, mas que já estão sabendo que será marcada a conciliação no TST.  “Ainda não sabemos o dia da conciliação, mas nós iremos”, afirmou.
Acordo

Em entrevista no Ministério das Comunicações na quinta-feira (29), o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro, disse que esperava um acordo com os grevistas ainda ontem.
De acordo com o ele, o total de entregas atrasadas por conta da paralisação equivalia, até quinta, a cerca de quatro dias de trabalho. Para normalizar a entrega, a ideia é que os funcionários façam horas extras e também mutirões neste e no próximo final de semana.
O ministro Paulo Bernardo disse que os Correios terão que descontar pelo menos seis dias dos trabalhadores em greve. O restante dos dias, disse o ministro, poderia ser compensado com horas extras para regularizar as entregas atrasadas.
O pagamento das horas extras, segundo Bernardo, é o único impasse que impede o fim da paralisação. Ele afirmou que a Fentect aceitou a proposta dos Correios de aumento real de R$ 80, a ser pago a partir de janeiro, além de um abono de R$ 500 que seria pago agora.

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