quarta-feira, 25 de maio de 2011

Fim dos Mitos da Ecologia II - Proíba as sacolas plásticas.

NUNCA MAIS ME ENCHAM A SACOLA COM ESSA CONVERSINHA DE SACOLINHAS!

Revista Galileu


Isso pode não resolver o problema. Em cidades em que elas foram banidas dos mercados, como São Francisco, na Califórnia, o que se viu foi um enorme aumento do consumo das sacolas de papel — o que pode não ser tão amigo do meio ambiente. Embora venham de fonte renovável — a celulose das árvores—, estudos sugerem que sua produção seria mais poluente do que a de sacolas plásticas, feitas com derivados de petróleo (veja abaixo). 

SACOLAS PLÁSTICAS X SACOLAS DE PAPEL

Em uma análise que comparou a emissão de poluentes desde a extração de matéria-prima até a disposição final dos produtos, a consultoria inglesa Boustead concluiu que sacolas de papel com 30% de fibras recicladas emitiriam o dobro de CO2 do que as de polietileno (o plástico usado nas sacolinhas de supermercado). 

Boa parte da diferença se deve ao uso de água na fabricação, 17 vezes maior do que na produção de sacolas plásticas, e na geração de lixo, que chega a ser quase cinco vezes superior. “Precisamos fazer a transição das sacolas que são usadas apenas uma vez para as retornáveis. 

E não de um tipo de sacola de uso único para outro”, disse Sam Liccardo, do Conselho da Cidade de São José, vizinha a São Francisco, sobre o fato de a cidade ainda não ter banido as sacolas plásticas em favor das de papel. Está aí um consenso. 

"Sem dúvida a sacola retornável causa um impacto menor, desde que seja realmente usada várias vezes", diz a pesquisadora do Centro de Tecnologia de Embalagens do Instituto de Tecnologia de Alimentos de São Paulo Eloísa Garcia. Entre a sacola plástica e a de papel, então, prefira a de pano.

Senado aprovou carga horária maior nas escolas sem analisar custo


Senador Cyro Miranda, relator do projeto que aumenta carga horária nas escolas

No limite da irresponsabilidade, políticos “analfabetos” em relação à sala de aula aprovaram o aumento da carga horária nas escolas e agora não sabem como fazer para colocar a ideia em prática. Aumentar os dias letivos no ano, mais horas em sala durante os dias? Tem gente até querendo mexer nas nossas férias. Veja a seguir reportagem do IG Educação.

O Senado aprovou no último dia 3 um projeto de lei que aumenta de 800 para 960 horas anuais a carga horária mínima para os ensinos infantil, fundamental e médio. A votação foi em caráter terminativo, e a matéria segue agora para avaliação da Câmara dos Deputados. A Comissão de Educação do Senado, no entanto, não sabe quanto custaria ou quais recursos seriam necessários para implementar a medida.

O relator do projeto na Comissão de Educação, senador Cyro Miranda, do PSDB de Goiás, disse ao iG que a intenção é “provocar uma discussão” sobre o assunto, por isso o levantamento do custo só será feito depois. “Imagino que entre 30% e 40% dos municípios vão ter dificuldade de fazer isso. Nós queremos que tenham mesmo, porque aí vamos debater o que precisa ser feito”, disse.

Entre as sugestões do relator de como cumprir a legislação está a diminuição das férias escolares. “Uma possibilidade é aumentar os dias letivos: o ano tem 365 dias e a maioria das escolas tem 200 dias de aula. O professor tem direito a um mês de férias, então, tem espaço aí para aumentar uns 40 dias e ainda manter as férias dos professores”, disse.

Outra é aumentar os recursos para educação com 25% da verba do pré-sal. "Precisamos mostrar que há o que fazer para ficar claro que precisamos garantir o recurso."

O projeto votado agora é de 2007 e pertence ao ex-senador Wilson Matos (PSDB-PR), atual reitor do Centro Universitário de Maringá (Cesumar). Procurado, ele admitiu que também não sabe quanto custaria. "Não fiz esta conta, mas com certeza tem um custo", disse, se justificando. "Nós estamos entre os países que investem menos em educação. Se você for pesquisar vai ver que em muitas prefeituras sobra dinheiro, tem escola que dá merenda e até sapato para os alunos. A função é ensinar", diz.
Professores suficientes
A falta de profissionais suficientes, que hoje já é uma dificuldade para as redes públicas, também é vista como contornável pelo relator. “No meu Estado, 20% dos professores estão em funções administrativas, não sei se precisa disso tudo, queremos que as pessoas pensem nisso”, disse.

O projeto também enfrentaria como obstáculo a recente decisão do Supremo Tribunal Federal de que  um terço da carga horária do docente deve ser dedicada a atividades extraclasse. Neste caso, com o professor fora da sala de aula, seria necessário contratar mais profissionais, o que segundo municípios e Estados é uma dupla dificuldade: faltam verba e profissionais interessados. “Entendo que vai ser um problema, mas se nós vamos pensar em aumentar o ensino integral, que é muito pequeno, um bom começo seria crescer o tempo de aula”, afirma Miranda.

Por fim, a possível necessidade de construção de mais salas, segundo ele, ficaria por conta da ajuda do governo federal. "Um País que tem dinheiro parapagar bilhões para o Paraguai, não pode ter falta de recursos para educação."

O projeto determinou que as mudanças no calendário escolar só entrarão em vigor dois anos após a publicação da lei no Diário Oficial da União, o que só ocorrerá se a Câmara também aprovar o texto e a presidenta Dilma Rousseff sancioná-lo.

O Ministério da Educação informou que não comenta projetos de lei ainda em tramitação e que, por enquanto, o aumento da carga horária nas escolas do ensino infantil, fundamental e médio só poderia ser comentado pelo Senado. A presidente da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, Fátima Bezerra, do PT de Rio Grande do Norte, também não quis comentar o assunto.


Fonte: IG Educação   Foto: Ag. Senado 

Assembléia de professores aprova início da greve na UFMA para o dia 8 de julho

Governo vai enfrentar a primeira greve nacional
Agora é confirmado: a greve de professores na UFMA vai ter início no dia 8 de julho (terça-feira), por tempo indeterminado.
Todas as seções estaduais do ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior) e da FASUBRA (Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras) discutem a adesão ou não à greve dos servidores públicos federais, prevista para ter início nacional no mesmo dia 8 de julho.
O SINTEMA (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de 3º Grau no Estado do Maranhão) também aprovou o indicativo de greve, mas só vai dar início ao movimento paredista caso sejam esgotadas todas as negociações com o governo. Segundo Rui Nascimento, presidente da entidade, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) enviou um conjunto de propostas de alterações ao projeto de reforma do governo. A não taxação dos aposentados é uma das propostas, mas o governo já declarou que não abre mão desse item, essencial para a reforma, segundo o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini.
Das seções sindicais filiadas a ANDES, até agora, 32 aprovaram o indicativo de greve para o dia 8 de julho. Seis deliberaram a não adesão à greve. Dezessete seções ainda não chegaram a uma decisão e três estão em estado de alerta desde o dia 25 de junho: a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a Fundação Universidade do Rio Grande (FURG), no Rio Grande do Sul, e o CEFET de Minas Gerais.
Reforma pode prejudicar quadro de pessoal das universidades
A entrada no Congresso da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) n.º 40/2003, do Governo Federal, que trata da reforma do sistema previdenciário, desencadeou uma avalanche de pedidos de aposentadoria no funcionalismo público.
Dentre os setores mais duramente atingidos com a possível debandada em massa de funcionários está o ensino superior. As 52 Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) já possuem um déficit de professores superior a 7.500 vagas. Na categoria de técnicos-administrativos, a carência é maior ainda: cerca de 20 mil vagas precisam ser repostas.
Os professores e técnicos têm receio de que a reforma possa retirar alguns direitos adquiridos pelo setor nos últimos anos. Por isso a “corrida” às aposentadorias tem se intensificado a cada semana. Tais direitos vêm sendo considerados “privilégios” por parte do governo e dos grupos favoráveis à atual proposta da reforma da previdência.
Para o vice-presidente do ANDES (Sindicato Nacional dos Docentes do Ensino Superior), José Domingues de Godói, os aspectos que o governo chama de privilégios são, na verdade, direitos conquistados pelas lutas dos trabalhadores. “O que deveria ser feito é a extensão dos nossos direitos à iniciativa privada, e não o nivelamento por baixo, retirando as nossas conquistas”, não cansa de repetir Godói em todos os debates sobre o tema.
Na Universidade Federal do Maranhão, somente nos primeiros seis meses deste ano já foram registrados mais pedidos de aposentaria do que em todo o ano passado. De janeiro até o dia 12 de junho, 13 professores e 18 técnicos-administrativos haviam dado entrada nos processos de aposentadoria, contra apenas 12 e 15, nas respectivas categorias, em 2002.
0Segundo a ANDIFES (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), aproximadamente 6 mil professores e 7 mil técnicos encontram-se em condições de solicitar a aposentadoria, integral ou parcial, até o final deste ano. Ou seja, a “corrida” pode ter seu ritmo acelerado ainda mais nos próximos meses.
A pró-reitora de Recursos Humanos da UFMA, Fátima Fonteles, diz que a Universidade se preocupa com a reforma. Ela lembrou que no governo Collor, quando houve a primeira tentativa de reformar a previdência, mais de 400 funcionários, entre técnicos e professores, se aposentaram na UFMA, a maioria de forma proporcional. “Os números atuais nos preocupam, e isso porque a UFMA é uma universidade relativamente pequena. Em universidades de maior porte, o prejuízo de pessoal deve ser bem maior”, comparou a pró-reitora. Segundo Fátima Fonteles, o déficit de pessoal na UFMA é de aproximadamente 350 técnicos-administrativos.
Dados da Pró-reitoria de Ensino (PROEN)indicam que a UFMA necessita de 250 novos docentes para suprir a demanda existente. Esse déficit obriga a universidade a utilizar atualmente 196 professores substitutos (que podem permanecer no máximo três anos na instituição) ou visitantes.
O professor Hiroshi Matsumoto, do curso de Ciências Contábeis e atual diretor do Departamento de Assuntos Estudantis (DAE) da PREXAE, é um dos que deram entrada no processo de aposentadoria após o início da discussão sobre a reforma da previdência. Hiroshi diz ter tomado sua decisão após ouvir as declarações do senador Paulo Paim (PT-RS), incentivando a aposentadoria de quem já estivesse apto. “Antes, eles [o governo federal] disseram que os aposentados não iriam perder os direitos adquiridos, hoje o discurso mudou e amanhã ninguém sabe o que vai acontecer. O problema é a incerteza gerada pela mudança de discurso”, considera o professor Hiroshi.

A pró-reitora de Ensino da UFMA, Núbia Bonfim, acredita que a reforma vai agravar muito a situação do quadro de pessoal das universidades. “Com certeza vamos sair prejudicados. Além da diminuição do quadro, vamos perder um grande número de professores muito qualificados, com maturidade acadêmica, acúmulo de pesquisa e produção científica e muitos serviços prestados à universidade”, declara.
Não há perspectivas de abertura de vagas para concurso de professores nas IFES. No entanto, fontes não oficiais dão conta de que podem ser realizados concursos com o objetivo de preencher 4 mil vagas, ainda este ano.
A boa notícia é que já está garantida a realização de concurso, ainda em 2003, para o Hospital Universitário, para o preenchimento de 414 vagas.
Bolsa para segurar professores
Há algumas semanas, o ministro da Educação, Cristovam Buarque, declarou que o governo iria oferecer uma bolsa de R$ 3 mil para os professores que, mesmo estando na época de se aposentar, optarem por permanecer na universidade.
A proposta gerou polêmica e até o momento não há nada definido a respeito de como ela seria implementada.

O ANDES não acredita que a bolsa seja concretizada e se colocou contrário à proposta. “Além de ser mais um factóide do governo, somos contrários porque ela iria retirar direitos dos trabalhadores”, disse o vice-presidente da entidade, José Domingues de Godói.
No site do ANDES está disponível o quadro nacional da greve nas universidades, atualizado diariamente.

Fonte: ASCOM

Polêmica que envolve o novo Código Florestal


Base aliada do governo contrariou e aprovou que estados legislem sobre APPs.
Senado ainda vai analisar; líder do governo avisou que a Presidente Dilma pode vetar.


O novo Código Florestal foi aprovado na madrugada desta quarta-feira (25) na Câmara dos Deputados com alguns pontos polêmicos, que causaram divergências entre deputados governistas, da base de sustentação do governo e da oposição.
Agora, a discussão será iniciada no Senado, que poderá alterar os itens polêmicos. Caso haja mudança em relação ao texto aprovado na Câmara, os deputados voltam a analisar o texto do novo Código Florestal. Depois, o código vai à sanção da presidente Dilma Rousseff, que tem a prerrogativa de vetar o texto parcial ou integralmente.
O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), já adiantou que, caso os interesses do governo sejam contrariados, a presidente usará o poder de veto
Confira abaixo, ponto por ponto, o porquê de tantas divergências.
O que é o código
O Código Florestal é a legislação que estipula regras para a preservação ambiental em propriedades rurais. Define o quanto deve ser preservado pelos produtores. Entre outras regras, prevê dois mecanismos de proteção ao meio ambiente. O primeiro são as chamadas áreas de preservação permanente (APPs), locais como margens de rios, topos de morros e encostas, que são considerados frágeis e devem ter a vegetação original protegida. Há ainda a reserva legal, área de mata nativa que não pode ser desmatada dentro das propriedades rurais.


Ambientalistas x ruralistas
Os dois grupos estão em lados opostos. Enquanto os ambientalistas creem que as mudanças no Código vão favorecer os desmatamentos, os ruralistas alegam que a legislação vigente é muito rigorosa e prejudica a produção.
Texto-base
O texto base do novo código, de autoria do deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), foi aprovado em uma comissão especial sobre o tema em julho do ano passado. Nove meses depois de discussões entre deputados ligados ao ambientalismo e ao ruralismo, Rebelo criou um novo texto, denominado emenda substitutiva global.
Isenção aos pequenos
O texto contém a isenção aos pequenos produtores da obrigatoriedade de recompor reserva legal em propriedades de até quatro módulos fiscais – um módulo pode variar de 40 hectares a 100 hectares dependendo da região. O governo era contra isenção aos pequenos, mas acabou abrindo mão após acordo para que o texto fosse aprovado na Câmara.
Consolidação de cultivos em APPs
Outro ponto que gerou divergência foi o que pode ser cultivado em APPs. O texto-base traz a garantia de que algumas plantações, como cultivo de maçã ou plantio de café, serão consolidadas nas APPs. No entanto, a definição do que pode ou não pode ser mantido ficou fora do texto. Após um amplo acordo, foram estipuladas as regras por meio de uma emenda ao texto-base, a 164, que foi motivo de discórdias no plenário da Câmara.
Margem de rios
O texto aprovado diz que os pequenos produtores que já desmataram suas APPs em margem de rio poderão recompor a área em 15 metros a partir do rio. Os demais devem recompor em 30 metros. O governo era contra, mas o relator alegou que a recomposição prejudicaria a atividade dos ribeirinhos que vivem nas margens dos rios. Um acordo prevê que o Senado altere o texto para que haja a recomposição da vegetação de apenas 20% da total da terra para áreas de até quatro módulos fiscais.
Anistia a quem desmatou
O texto-base tem um artigo que trata da anistia para quem desmatou até julho de 2008. Ou seja, todas as multas aplicadas por desmatamento até 2008 serão suspensas caso o produtor faça adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA). Se ele cumprir o programa, é anistiado. Se não cumprir, precisa pagar as multas.
Emenda 164
A polêmica emenda 164, de autoria do deputado Paulo Piau (PMDB-MG), tem relação com o PRA. Ela estabelece que a União estipularia as regras gerais e os estados definiriam, de fato, o que pode ser cultivado nas APPs. O governo federal é contra a proposta porque quer exclusividade para definir as atividades permitidas em APPs.
Na visão dos governistas, a emenda 164, aprovada pelos deputados, pode abrir uma brecha para que os estados anistiem agricultores que já ocupam áreas de preservação.
Os defensores da emenda argumentam que, se o governo federal tiver a prerrogativa de definir sobre as áreas de preservação ambiental, pequenos agricultores que já desenvolvem suas atividades em áreas de preservação poderão ser prejudicados.
Governo x base + oposição
O governo tentou derrubar a emenda 164, mas acabou sendo derrotado em plenário com apoio do principal aliado, o PMDB.
O PMDB e partidos da base e da oposição defendem que os estados decidam sobre os cultivos. A alegação é que o estado tem mais capacidade, por estar próximo do problema, de definir o que pode ser cultivado.
Durante a discussão na Câmara, o líder do governo chegou a bater boca com o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (RN).
"Esta Casa está sob ameaça não quando o governo sai vitorioso. A Casa fica sob ameaça quando o governo é derrotado", disse o líder do governo. "Eu não sou aliado do governo Dilma. Sou o governo Dilma (...). Não aceito aqui que está se derrotando o governo. Como, se a proposta é nossa? “, afirmou. “Esta matéria não é nem a favor nem contra. É do Brasil real”, rebateu o líder do PMDB, com uma bancada composta por 80 deputados.
Senado
No Senado, o relator da matéria deve ser o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), ex-governador de Santa Catarina que, quando governava o estado, criou uma legislação semelhante ao Código Florestal em nível estadual. 
O governo deve trabalhar no Senado para incluir no texto do Código Florestal punições mais rigorosas para quem reincidir em crimes ambientais. O relator do texto na Câmara disse que não há previsão em seu texto porque as punições estão na lei de crimes ambientais, e não no Código Florestal.
Fonte: g1.com.br

segunda-feira, 23 de maio de 2011

O fim dos mitos da Ecologia. Parte 1

O fim dos mitos verdes.


Novas pesquisas mostram que bom mesmo é comer alimentos importados, dirigir carro usado e esquecer essa história de conferências climáticas. Isso se você realmente quer evitar que o mundo vire uma estufa. 

Por Guilherme Rosa - Crédito: Alexandre Affonso 
Matéria da revista Galileu. 

O aquecimento global está aí, para qualquer um ver e sentir. No último século, a temperatura mundial subiu 0,7°C. Os cientistas climáticos dizem que vem mais, muito mais por aí. 

O desbalanço da temperatura vai trazer secas, inundações, guerras e mortes. Apesar dos oponentes — como o jornalista e político inglês Christopher Monckton que, em maio de 2010, conseguiu ser chamado para depor perante o congresso norte-americano e fazer o seu discurso de que o aquecimento global seria “a maior fraude de todos os tempos” —, os cientistas climáticos são enfáticos em dizer que sim, ele existe. 

E é tudo culpa do homem. “Mais de 99% dos pesquisadores da área concordam que a explicação para o que estamos vendo no mundo é a ação humana”, diz o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e um dos representantes brasileiros no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU. “E esse não é um processo reversível. A volta a uma condição anterior levaria milhares de anos.” 

"ACHO QUE ALGUNS CHATOS DE PLANTÃO ANDARAM ESCORREGANDO EM ALGUMA COISA... OPS..." - Danilo Gentilli, repórter do programa CQC e destruidor de mitos variados 

Crédito: Victor Affaro 

Antes que você se sinta culpado o suficiente para mudar toda sua vida em prol da natureza (que você irá descobrir que é somente em prol da raça humana), fique atento.

Pesquisadores de universidades como Oxford, Chicago e Toronto, de instituições como a Nasa e de consultorias como a britânica Boustead, que analisa o impacto ambiental de produtos há quase 40 anos, mostram que estamos fazendo tudo errado: a energia eólica não vai salvar o mundo, você não precisa comprar só comida produzida na região, as sacolas plásticas não são o grande bicho-papão. 

Conheça nas próximas matérias 9 mitos verdes, e como você realmente poderia ajudar a salvar a nossa pele.

Continua na próxima matéria......

Prefeituras compram remédios superfaturados e com validade curta.

Fantástico mostra como funcionava um esquema de corrupção que desviava o dinheiro que o governo distribui para que os remédios cheguem à população.
Segunda-feira, 7h. Barão de Cotegipe, no Rio Grande do Sul. A Polícia Federal cumpre um mandado de busca e apreensão na casa mais rica da cidadezinha. É o endereço do empresário Dálci Felipetti, dono da Sulmedi, uma distribuidora de remédios. Dálci é dono também de um hotel, uma academia de ginástica e um hospital comprado por R$ 2,5 milhões. 

No site da Sulmedi, o lema é "trabalho e seriedade". Mas, na segunda-feira, Dálci, a mulher e o filho foram procurados pela polícia. Cumpriram a prisão temporária determinada pela Justiça na "Operação saúde". 

Naquela mesma manhã, 29 cidades de sete estados viram cenas parecidas: 64 pessoas, entre empresários, funcionários de prefeituras e até secretários de saúde sendo levadas para a prisão. Todas já foram soltas, mas estão indiciadas. 

“Fraude a licitações é o que principalmente ocorre. Corrupção ativa e passiva em praticamente todos os casos. Formação de quadrilha, porque são grupos organizados”, diz a delegada Gabriela Prolle, da Polícia Federal do Rio Grande do Sul. 

A investigação, que tem como alvo principal a Sulmedi, começou há dois anos. Objetivo: desfazer a rede de corrupção que desviava recursos federais do programa "Farmácia básica". Só no ano passado, o programa aplicou R$ 1,7 bilhões na compra de medicamentos para distribuição gratuita à população. 

Segundo a polícia, o esquema partia das pequenas Barão de Cotegipe, onde fica a Sulmedi, e Erechim, sede de outras distribuidoras, e se espalhava sempre por cidades do interior, longe da concorrência com as grandes empresas do setor. 

“É como se eles encontrassem um nicho de mercado, uma possibilidade de atuar onde ninguém havia atuado anteriormente”, diz Fabio Valgas, chefe da Corregedoria Geral da União do Rio Grande do Sul. 

A fraude começava na licitação para o fornecimento dos remédios. Prefeituras ligadas à fraude enviavam os convites apenas às empresas envolvidas no esquema. Duas empresas faziam ofertas muito altas. A terceira, sabendo da proposta das outras, oferecia um valor menor e ganhava a disputa. 

João Paulo de Carvalho é vendedor da cirúrgica Erechim e não sabe que está sendo gravado. Em conversa com o repórter Giovanni Grizotti, que se faz passar por funcionário de uma prefeitura, ele confirma o truque. 

Repórter: E tu tem as empresas já pra me dar já pra convidar? 
Representante de empresa: Eu tenho as empresas, mas eu não tenho aqui, tenho na loja. 
Repórter: Aí eles vão da um valor maior. 
Representante de empresa: Sempre maior. 


As investigações apontam para três formas de desvio do dinheiro público. Primeira: o superfaturamento no preço dos remédios vendidos às prefeituras. 

Veja o exemplo de um anticoncepcional. Ele é encontrado a R$ 1,24 em farmácias populares. O mesmo medicamento, fabricado pelo mesmo laboratório, foi vendido pela Sulmedi à prefeitura de Porto Velho, em Rondônia, por R$ 9,90. Quase nove vezes mais caro. 

“Uma aquisição com essa dimensão, ela tem toda a evidência de um ilícito penal evidentemente”, aponta Cesar Miola, vice-presidente do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul. 

Segunda: a distribuidora compra dos laboratórios, a preços baixíssimos, remédio com a validade vencendo. Depois revende para as prefeituras pelo valor de mercado. 

“Dentro das prefeituras, normalmente não dá tempo de chegar à população e o medicamento é descartado. Mas ele é licitado pelo preço cheio”, diz a delegada. 

Terceira: a entrega de quantidades menores do que as registradas nas notas fiscais. Um ex-funcionário de uma das empresas investigadas explica: “O produto já é pedido em uma escala maior do que a saída realmente. É entregue uma pequena parte, e a outra parte só vai a nota, e o dinheiro é dividido”, explica. 

“Essas fraudes só são possíveis porque pessoas dentro das prefeituras estão mancomunadas com eles. Se o servidor público não está combinado, eles não têm como entregar metade de uma nota e receber uma nota recibada por inteiro”, diz a delegada. 

A conclusão das investigações é confirmada em outro trecho da conversa com o vendedor da distribuidora. Mais uma vez o repórter do Fantástico faz o papel de funcionário de uma prefeitura. O vendedor, agora, oferece propina de 20%. 

Representante de empresa: Se me custa, por exemplo, R$ 40 mil tudo isso aqui, daí pode ser 20%. Porque daí sobra uma margem pra gente cobrir os custos, frete, tudo, e sobra uma margem pra empresa. A gente divide o lucro com vocês. 

As câmeras de segurança de um banco mostram Carlos Eduardo da Silva, representante da Sulmedi, sacando R$ 15 mil. O encontro com Iandro Almicci, secretário de Finanças de Barra do Bugres, no Mato Grosso, é na própria agência. 

“Com o tempo de atuação eles vão ficando menos cuidadosos. O dinheiro é sacado e, imediatamente passado ao secretário, o secretário comemora aquele recebimento de R$ 15 mil diante do circuito interno de TV do banco”, comenta a delegada. 

Na segunda-feira, ele foi preso. 

Representante de empresa: A gente faz tudo em espécie, é um negócio meio arriscado. 
Repórter: Deus o livre, tu sabe que se alguém... 
Representante de empresa: Não, não, não vai acontecer nada. 

Na segunda-feira, ele também foi preso. 

No momento da prisão, o repórter do Fantástico diz ao representante de empresa que há imagens dele oferecendo propina. Pergunta se ele tem algo a dizer a respeito das licitações, mas o representante não responde e bate a porta do carro. 

Procuradas pelo Fantástico, a Sulmedi e a cirúrgica Erechim não quiseram se manifestar. 

Fabio Valgas, chefe da Corregedoria Geral da União do Rio Grande do Sul, diz que a situação mais grave foi encontrada em Porto Velho, capital de Rondônia. 

“Não tem dinheiro para diabetes. Dizem que vai chegar, mas ainda não tem”, lamenta a dona de casa Raimunda dos Santos. 

Faltam os remédios do programa “Farmácia básica”. 

“Ia no outro posto, chegava lá e também não tinha remédio”, acrescenta Raimunda dos Santos. 

Por complicações do diabetes, Dona Raimunda perdeu o dedo do pé. “Já inflamou. O jeito foi cortar o pé”, diz. 

“Faltar um medicamento de uma cesta de 80 medicamentos dispensado para o paciente gratuitamente não é uma falha”, diz Williames Pimentel, secretário de Saúde de Porto Velho. 

“Eu não queria isso para mim”, lamenta Dona Raimunda. 

Em Santa Catarina, duas cidades foram denunciadas por envolvimento no esquema. Uma é Governador Celso Ramos. A outra, Luis Alves. No município de 10,5 mil habitantes, há um exemplo de falta de organização e falta de medicamentos que deveriam estar disponíveis para a população. 

Entramos em um posto de saúde com uma câmera escondida e ninguém sabia dizer o que estava faltando. Sem saber que estava sendo gravada, a secretária de Saúde disse que os remédios de uso controlado estavam no depósito. Não conseguimos checar. A chave estava com o farmacêutico, que saiu de férias. 

Um funcionário diz: “A pessoa não vai morrer por falta de um remédio de um dia.” 

A dona de casa Nércia Schmidt conta que, nos últimos seis meses, ela e o marido pagaram pelo que deveriam receber de graça. 

“Quase metade do meu salário”, diz o aposentado Vilmar Schmidt. 

Ela é cardíaca e hipertensa. Ele sofreu um AVC e tem diabetes. 

“Faltou remédio. Nunca tinha remédio”, conta Dona Nércia. 

Barra dos Bugres, no Mato Grosso, onde o secretário de Finanças apareceu recebendo propina, é um exemplo de que a situação se repete por todo o país.