Líder na disputa pela Prefeitura de Belém, o
PSOL tem chance real de governar uma cidade pela primeira vez, com o deputado
estadual Edmilson Rodrigues.
Para isso, o partido moderou o discurso,
abandonou propostas radicais e até acena ao PT com possível aliança, a despeito
do clima de guerra da campanha.
Prefeito de Belém pelo PT de 1997 a 2004,
Rodrigues migrou em 2005 para o PSOL, sigla que surgiu naquele ano de um grupo
de insatisfeitos com os rumos do PT no comando do governo federal.
E como o PT também lançou candidato, o
deputado estadual Alfredo Costa, os partidos disputam na campanha a paternidade
de realizações da gestão de Rodrigues.
Com 38,4% de intenções de voto, segundo
pesquisa deste mês do Instituto Acertar, o PSOL abandonou propostas que defende
em outras cidades, como calote da dívida, redução de tarifa de ônibus e corte
de cargos de confiança.
Também defende programas federais como o
Minha Casa, Minha Vida e o Saúde da Família, e afirma que obterá recursos com a
presidente Dilma Rousseff mesmo sendo oposição ao Planalto.
Segundo o candidato, o partido definiu que é
possível flexibilizar as alianças nas cidades em que o PSOL tem candidato
próprio à prefeitura. "O PSOL tem restrições ao PT, mas o debate pode permitir
uma aliança, se aprovada pelo Diretório Nacional."
Para o cientista político Roberto Corrêa, da
Universidade Federal do Pará, as propostas dos candidatos em Belém são
parecidas, e o voto em Rodrigues se explica mais pela avaliação de sua gestão.
Em campanha, Rodrigues, arquiteto e professor
universitário, prioriza regiões pobres de Belém, onde aborda moradores em suas
casas e repete bordões como "socialismo" e "governo do
povo".
Na disputa com o ex-prefeito estão José
Priante (PMDB), com 16% das intenções de voto, e Zenaldo Coutinho (PSDB), com
12%. Costa, do PT, tem 3%.
Fonte: Folha de São
Paulo