A “Tax Justice Network (TJN)” encomendou um estudo sobre evasão de divisas em todo o mundo.
O
relatório entregue à TJN deslocou o queixo dos mais heterodoxos
financistas: a biliardária elite global, composta por não mais que 100
mil pessoas de várias nacionalidades, somou pelo menos US$ 21 trilhões
(cerca de R$ 42,5 trilhões) depositados em paraísos fiscais até o final
de 2010.
Valor supera o PIB da União Europeia e dos EUA
Em
2011, o PIB da União Europeia foi de US$ 17,6 trilhões e o dos EUA, a
maior economia do mundo, foi de US$ 15 trilhões. Se essas 100 mil
pessoas resolvessem fazer um novo país com o dinheiro que têm depositado
em paraísos fiscais, já começariam como a maior economia do mundo.
China, Rússia, Coreia do Sul e Brasil: os que mais evadem
O
estudo revela os 20 países de onde mais se evadiu divisas até 2010: em
1° lugar está a China, com US$ 1,1 trilhão evadidos, em 2° a Rússia, com
US$ 798 bilhões, em 3° a Coreia do Sul, com US$ 796 bilhões.
Em
4° lugar está o Brasil, com US$ 520 bilhões, o equivalente a R$ 1,1
trilhão. O PIB do Brasil, em 2011, foi de US$ 2,5 trilhões: há
brasileiros, portanto, que têm depositado em paraísos fiscais, quase a
metade do nosso PIB.
O estudo usou dados do
Banco de Compensações Internacionais, do FMI, do Banco Mundial e de
governos. Não foram considerados bens imóveis, móveis ou ações.
Parte dos depósitos está bloqueada
Muitos
desses depósitos estão bloqueados em países como EUA, Inglaterra e
Suíça, a maioria oriunda de ditadores ainda no poder ou depostos.
Especula-se, por exemplo, que Kadafi, o morto ditador líbio, teria cerca
de US$ 20 bilhões fora da Líbia.
Um dos trechos
do relatório afirma que "há muitos anos, os governos sabem que há
recursos em paraísos fiscais. Mas muitos governantes optam por não taxar
estes recursos. Até porque eles próprios estão entre os que remetem
para os paraísos fiscais".