O Ministério Público Federal (MPF), jurisdição de São Paulo, denunciou o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o ex-deputado federal João Silva, o bispo Paulo da Conceição, e a diretora financeira da IURD, Alba da Costa, por "lavagem dinheiro e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a IURD.".
Segundo o MPF, os quatro denunciados, entre os anos de 1999 a 2005, remetiam, ilegalmente, do Brasil para os EUA, vultosas quantias de dinheiro.
Alega o MPF que o dinheiro era obtido por estelionato contra fiéis da IURD, “por meio do oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja".
Calo-me sobre as outras acusações, mas, devo discordar da acusação de que o dinheiro da IURD tenha sido obtido por meio de estelionato, devido a "oferecimento de falsas promessas".
Todas as denominações religiosas hão suas pecúnias incutindo no fiel a expectativa de paz e prosperidade na Terra e redenção no céu, condicionados à contribuição regular de parte do que conseguem obter: é o fundamento teológico do dízimo, sobre o qual o Estado não tem competência para interferir, opinando que sejam “falsas promessas”.
Nos dias de hoje os evangélicos têm tido mais competência do que a igreja católica (que já foi expert no assunto, com as simonias da Idade Média) neste convencimento e, é verdade, alguns se excedem nas promessas, mas, criminalizar o culto que visa arrecadar além do dízimo é seara indigesta.
Imagem: “A vala dos simoníacos”, de William Blake
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