terça-feira, 29 de novembro de 2011

"New Yorker" tenta explicar fenômeno Brasil


A “The New Yorker”, revista que leem os nova-iorquinos ricos e famosos, brinda a presidente Dilma Rousseff com um artigo sobre o seu governo, trazendo uma despojada ilustração de sua excelência na matéria.

Nicholas Lemann, autor da reportagem “The Anointed” (A Ungida) desfila pela vida da presidente desde a sua oposição ao regime militar.

Nos dias atuais Lemann passeia pelos recentes escândalos que apearam seis ministros da Esplanada, deixando no ar o protagonismo da presidente nos episódios: “Ninguém acredita que Dilma é corrupta, mas, ela trabalhou por anos com algumas das pessoas que foram demitidas (por corrupção)”, declara.
A reportagem observa que “o Poder Executivo, no Brasil, detém mais poderes, é mais concentrador que nos EUA e é muito mais corrupto”, emendando que o Brasil é “caoticamente democrático, mas, tem uma imprensa livre.”.

Lemann tem razão na análise: o Capitólio não concede ao presidente 1% de margem de manobra no orçamento e, se Mr. President quiser mudar de lugar a dotação orçamentária do cafezinho da Casa Branca, tem que pedir autorização ao Congresso.

O Estado norte-americano é mínimo, por isto a corrupção é menor. Há estudos de gestão (os melhores são feitos na Alemanha) que conseguem desenvolver fórmulas de equilíbrio entre o tamanho do Estado (não me refiro a tamanho territorial) e o percentual de corrupção que ele embarca.

Voltando a matéria, Lemann faz ótimas referências à gestão da economia brasileira. Afirma que 28 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza nos últimos 10 anos, que o país tem orçamento equilibrado, dívida e inflação baixas e atinge quase o pleno emprego.

Ao fim, Lemann descamba para os aspectos negativos do Brasil: “a criminalidade é alta, as escolas são fracas e as estradas são ruins.”.

O pessoal que rotula a imprensa, ao ler a matéria de Lemann, vai ficar na dúvida para saber se a “The New Yorker” é do tal “PIG”, ou é o que o Zé Dirceu procura: uma revista de esquerda que fale bem do governo.

Asseguro-lhes que a revista não se faz à Leste e nem a Oeste: à guisa de ser independente, ela navega por todos os pontos cardeais da rosa dos ventos, para agradar tanto os gregos quanto os troianos, ou seja, republicanos e democratas, não necessariamente nesta ordem.


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