A Justiça Federal em Campinas determinou que CFESS (Conselho Federal de Serviço Social) suspenda uma propaganda veiculada na internet e em rádios comparando o ensino a distância na área a lanchonetes de fast food. Segundo a decisão do juiz federal Haroldo Nader, parte do material tem caráter “altamente pejorativo” e expõe “os consumidores deste método ao ridículo”.
Segundo o juiz, parte da campanha trata os alunos de ensino a distância como “pessoas de pouca inteligência e discernimento” e mesmo induzem “os telespectadores de que o curso será ministrado de forma antiética”.
De acordo com a Anated (Associação Nacional dos Tutores de Ensino a Distância), que ingressou com a ação, a propaganda estava causando “constrangimentos”.
"Blá, blá, blá"
Os vídeos são ambientados em uma lanchonete, onde o balconista ajuda o estudante a "montar" o curso a distância de sua preferência.
Em um dos vídeos, o ator que interpreta o balconista diz: "Tem gente que vai te dizer que o tutor precisa ser um assistente social, blá, blá, blá, coisa e tal. Mas, às vezes, eles nem são. Nas atividades dos polos nós passamos vídeos, palestras, e o tutor só coordena, nem responde as perguntas.
Não precisa ser um assistente social para usar os equipamentos, isso qualquer um faz, não é verdade? E como os encontros presenciais nos polos não são uma aula, então assistente social pra quê?"
Em outro, o "balconista" alerta: "Uma boa graduação garante a base para um bom profissional se desenvolver e aqui no nosso curso você vai suar desde o começo, vai ter que se virar e dar seu jeito de correr atrás. Vai ser assim depois que você se formar, então é melhor sofrer logo de uma vez. E, se ficar com dúvidas, você tem a vida inteira para aprender. É ou não é?"
Outro lado
De acordo com a assessoria de imprensa do CFESS, a entidade ainda não foi notificada da decisão e prefere não falar sobre o caso até que isso ocorra. Uma nota foi divulgada no site da instituição informando que, assim que a notificação aconteça, o conselho irá tomar as medidas necessárias para que "possam prosseguir com a divulgação de seu posicionamento político em defesa da educação pública, laica, presencial e de qualidade".
A nota é assinada pelo CFESS, pela ABEPSS (Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social) e pela ENESSO (Executiva Nacional dos Estudantes de Serviço Social).
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